quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Divulgado Edital de Seleção de 2017 para novos membros da LANN!

Venha fazer parte da Liga Acadêmica de Neurologia e Neurocirurgia da UFPB! Leia com atenção as informações contidas no Edital e faça sua inscrição!


Se você deseja se tornar Membro Efetivo da LANN, confira o Edital de Seleção de Novos Membros.

Se seu interesse é em participar das atividades teóricas (aulas, atividades científicas) e práticas (estágio em Neurologia) da LANN, inscreva-se por meio deste Edital.

Não deixe passar essa oportunidade!

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

LANN convida para o II Simpósio da Transição Craniocervical

A LANN (Liga Acadêmica de Neurologia e Neurocirurgia da UFPB) convida todos a participarem do II Simpósio da Transição Craniocervical, organizado pelo nosso grupo junto o NEPI (Núcleo de Estudos e Pesquisa em Imaginologia) e a LAAUFPB (Liga Acadêmica de Anatomia da UFPB). 

O evento acontecerá nos dias 7 e 8 de outubro na UFPB e conta com a participação de grandes nomes da neurocirurgia, radiologia e anatomia, que ministrarão palestras sobre esse importante tema: Prof. Dr. Severino Aires, Prof. Dr. Eulâmpio Neto, Prof. Dr. Maurus Holanda, Prof. Dr. Carlos Mello, Prof. Dr. Marcelo Valença e Prof. Dr Laécio Leitão. 

Venha aprender conosco!




domingo, 24 de julho de 2016

Paraparesia Espástica Tropical - Mielopatia associada ao HTLV-1


       A paraparesia espástica tropical (PET) é uma doença desmielinizante crônica e progressiva associada à infecção pelo vírus HTLV- I (protovírus T-linfotrópico humano I), e por essa razão também pode ser denominada de mielopatia associada ao HTLV-I.  Sua transmissão pode ocorrer através de transfusões sanguíneas, contato sexual, amamentação, ou uso de agulhas contaminadas provenientes de pacientes infectados (1-3).
Um dos primeiros relatos é proveniente do sul da Índia, em 1940. No entanto, só em 1985, o vírus foi isolado nos Estados Unidos e pôde ser relacionado à mielopatia, através de confirmação sorológica (1). No Brasil, os primeiros relatos são de Castro-Costa em 1989(2).
O HTLV é um retrovírus que possui geneticamente uma fita de RNA simples, a partir da qual é criado o DNA mutante dentro da célula hospedeira. Esse DNA produzido incorpora-se ao DNA celular com objetivo de replicação. O retrovírus, com o auxílio da enzima transcriptase reversa, estimula a produção de moléculas de DNA complementares ao seu material genético, fazendo com que a maquinaria da célula do hospedeiro reconheça-o e não o destrua. No caso do HTLV, o RNA tem exclusiva preferência pelos linfócitos T Helper (CD4).
Existem duas modalidades do vírus: os tipos I e II. As pesquisas mostram que, mesmo sendo semelhantes, comportam-se de modos diferentes no organismo: enquanto o HTLV-I provoca complicações significativas que podem prejudicar os indivíduos na realização de atividades diárias, o HTLV-II frequentemente não ocasiona danos ao organismo infectado. Mais de 90% dos pacientes infectados pelo HTLV permanecem assintomáticos, enquanto 3 a 5 % podem desenvolver a doença (3).
A PET ocasiona um processo inflamatório medular, predominantemente em seus níveis baixos, devido à invasão desorganizada dos linfócitos T modificados. Os distúrbios da marcha, a fraqueza e o enrijecimento dos membros inferiores constituem os principais sinais e sintomas.
Em 1989, a Organização Mundial da Saúde conseguiu estabelecer critérios para a definição da PET: paraparesia espástica de evolução lenta e progressiva; presença de sinais piramidais; variáveis graus de distúrbios esfincterianos e sensitivos associados à presença de anticorpos para o HTLV-I no sangue e no líquor (LCR).
Apesar da alteração parenquimatosa não estar confinada a um trato específico, a degeneração simétrica do trato corticoespinal lateral é evidente em todos os casos. Aliada ao sinal de Babinski, há hiperreflexia patelar, muitas vezes acompanhada por clônus. O envolvimento das colunas posteriores, principalmente do fascículo grácil, resulta em alterações da propriocepção consciente, além de déficits relacionados ao tato epicrítico e sensibilidade vibratória abaixo do nível da lesão.
O diagnóstico laboratorial da infecção pelo HTLV-I é realizado através da detecção de anticorpos específicos, do tipo IgG, presentes no soro. A análise do líquor demonstra um aspecto límpido e incolor, com pleocitose entre 20 e 40 células predominantemente linfocitárias e aumento de gamaglobulinas intratecais. Devido à homologia genômica existente entre o HTLV-I e HTLV-II, a maioria dos testes não consegue diferenciar os dois tipos de vírus. Para tanto, o melhor método de confirmação é o estudo do genoma viral.
O medicamento de primeira linha no tratamento da espasticidade é o baclofeno, que é derivado do GABA, transmissor inibitório, lipofílico e de fácil penetração no SNC; como agonista seletivo de receptores GABA-b pré-sinápticos, inibe a receptação de aspartato e glutamato e age seletivamente sobre a medula espinal, inibindo a ação mono e polissináptica dos neurônios motores (4). Os derivados benzodiazepínicos também podem ser administrados, devido ao seu poder ansiolítico e sedativo, induzindo relaxamento muscular ao potencializar, seletiv
amente, os efeitos da GABA sobre os receptores GABA-a.
No caso da dor neuropática, a abordagem é mais complexa. Os antidepressivos tricíclicos podem ser utilizados e potencializam o efeito de outros medicamentos analgésicos. Os anticonvulsivantes, como a carbamazepina, e, mais recentemente, a gabapentina, representam boa alternativa nos casos em que os outros medicamentos não reduziram a dor.
Observa-se que, até o momento, a abordagem farmacológica restringe-se ao tratamento sintomático. Mas, do ponto de vista fisioterápico, programas de exercícios específicos que busquem adequação do tônus, aperfeiçoamento da flexibilidade e da amplitude de movimento, fortalecimento muscular e melhora do controle postural são úteis na recuperação funcional motora desses indivíduos (3). Ao melhorar a deambulação, utilizando-se órteses ou auxílios, restitui-se ao indivíduo o convívio de sua família, promovendo seu melhor desempenho e adaptação às suas condições físicas. 

 Referências
1. Grzesiuk AK, Martins PM. Paraparesia espástica tropical/ mielopatia associada ao HTLV-I: relato de dois casos diagnosticados em Cuiabá, Mato Grosso. Arq. Neuro-Psiquiatr. 1999; 57(3B): 870-872.
2. Costa CMC, Salgueiro MR, Carton H, Vale OC, Arruda AM. Paraparesia espástica tropical no Nordeste do Brasil. Arq. Neuro-Psiquiatr. 1989; 47(2): 134-138
3. Lannes P, Neves MAO, Machado DCD, Silva JG, Bastos VHV. Paraparesia espástica tropical: mielopatia associada ao HTLV-I: possíveis estratégias cinesioterapêuticas para melhorar padrões de marcha em portadores sintomáticos. Rev. Neurociências 2006;14:153-160.
4. Ribas JGR, Melo GCN. Mielopatia associada ao vírus linfotrópico humano de células T do tipo 1 (HTLV-1). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 2002; 35(4): 377-384. 



Por: Nathalia Immisch
Acadêmica do 3º período de Medicina da UFPB
Membro da LANN

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Síndrome “Man-in-the-barrel”

O termo “Man-in-the-barrel”, ou “homem no barril”, foi utilizado pela primeira vez em 1983 por Sage(1). No entanto, em 1969, Mohr já introduzia a síndrome como “distal field infarction” para descrever a sua forma mais comum(2). Caracteriza-se por diplegia braquial predominantemente proximal e função motora preservada dos membros inferiores e da musculatura facial. Tal condição dá o aspecto de estar confinado dentro de um barril(3-4).
É mais comumente observada em pacientes com hipoperfusão cerebral, em que há isquemia bilateral nas zonas de borda entre as artérias cerebrais anterior e média, pois corresponde à áreas particularmente sensíveis à redução do fluxo cerebral por estarem irrigadas pelas anastomoses terminais de arteríolas derivadas dessas artérias(3). Esta área corresponde ao homúnculo motor do segmento proximal dos membros superiores. Portanto, isquemia bilateral desta zona explica paralisia braquial proximal bilateral(4). No entanto, são variados os casos clínicos reportados, tendo sido descrita como secundária a múltiplas metástases bilaterais no cérebro, contusão hemorrágica, lesões de esclerose múltipla, meningite pneumocócica, lesões bilaterais do plexo braquial, doenças desmielinizantes, mielinólise pontina central, radiação, espondilose e infarto medular cervical. Geralmente, são casos isolados, devido à raridade da apresentação clínica. Rotina clínica e dados laboratoriais diferenciam tais etiologias(3-5). Exame físico do paciente suspeito é essencial na caracterização primária da síndrome. Pode-se verificar diminuição da força, predominantemente proximal, além de hipo ou arreflexia nos membros superiores. À vista de um caso crônico, evidencia-se hipotrofia ou atrofia dos músculos proximais dos membros superiores. No seguimento da investigação causal, exames de imagem como ressonância magnética e tomografia computadorizada do crânio e cervical têm papel importante e podem evidenciar lesões vasculares e tumores. Arteriografia dos vasos supracervicais permite observação de dissecção e obstrução destes, o que poderá determinar isquemia. Outros estudos laboratoriais, como teste de hipercoagulabilidade, análise do líquor, raios x de tórax, ECG e ecocardiograma, ajudam no diagnóstico diferencial da síndrome. Eletroneuromiografia dos membros superiores pode evidenciar comprometimento.
Os primeiros poucos casos reportados foram associados com um mau prognóstico devido ao dano cerebral extenso, com mortalidade alta. No entanto, casos por condições extracerebrais têm menor mortalidade e um prognóstico mais favorável(3). Em um estudo clínico prospectivo, 11 de 34 pacientes comatosos que tiveram um episódio severo de hipotensão sistêmica apresentaram a síndrome, e apenas 1 destes sobreviveu. Isto indica o prognóstico ruim da “man-in-the-barrel” nestas condições(6).
Abaixo, segue um vídeo publicado pelo Neurology de um paciente apresentando a síndrome “man-in-the-barrel” devido a um infarto da artéria espinal anterior, causa raramente relatada na literatura: https://www.youtube.com/watch?v=ZIAIorIKgd4

                                                

http://cp.neurology.org/content/4/3/268.extract


Referências
  1. Sage JL. Man-in-the-barrel syndrome after cerebral hypoperfusion: clinical description, incidence, and prognosis. Ann Neurol. 1983;14:131.
  2.  Mohr JP. Distal field infarction. Neurology. 1969;19:279
  3.  José M, Antelo G, Facal TL, Sánchez TP, López MS, Nazabal ER. Man-In-The-Barrel . A Case of Cervical Spinal Cord Infarction and Review of the Literature. 2013;7–10.
  4.  Orsini M, Catharino AMS, Catharino FMC, Mello MP, Freitas MR, Leite MAA et al . Man-in-the-barrel syndrome, a symmetrical proximal brachial amyotrophic diplegia related to motor neuron diseases: a survey of nine cases. Rev. Assoc. Med. Bras. 2009;  55( 6 ): 712-715.
  5. Berg D, Miillges W, Koltzenburg M, Bendszus M, Man-in-the- RK. Man-in-the-barrel syndrome caused bv cervical spinal cord infarction. 1998;417–9.
  6. SAGE JI, VAN UITERT RL. Man-in-the-barrel syndrome. Neurology 1986: 36: 1102-3.



Cibelle Ingrid Estevão de Melo
Acadêmica de Medicina da UFPB
Vice-presidente da LANN

domingo, 5 de junho de 2016

Período 2015.2 da LANN

A Liga Acadêmica de Neurologia e Neurocirurgia da UFPB (LANN), se contenta em terminar sua participação no último semestre com a sensação de dever cumprido e vontade de fazer ainda mais nos próximos meses!

Seguem abaixo algumas das atividades desenvolvidas pela LANN no período 2015.2:

 Pôster da LANN na 1º Mostra de Ligas Acadêmicas do CCM

Participação na 1º Mostra dos membros Cibelle, Teles e Rayane

Participação de Rayane na Discussão da 1º Mostra 

Recebemos o Dr. Emerson Magno na Aula Inaugural do período!

 Recebemos o Dr. Christian Diniz para falar de Diagnóstico Diferencial

O Dr. Nêuton Magalhães palestrou sobre o uso da imaginologia na área da neuro! 

Nosso orientador, Dr. Maurus, palestrou sobre o Exame Neurológico e a Siringomielia

Na prova de seleção para novos membros da liga e para o estágio organizado por esta 

Os membros selecionados para a LANN! Já são muito queridos! 

Os estudantes selecionados para o Estágio Extracurricular organizado pela LANN! No total, 30 estudantes têm a oportunidade de estagiar com neurologistas e neurocirurgiões de João Pessoa em diversos campos práticos! É a LANN revolucionando a cidade!

 A LANN também participa dos encontros mensais dos neurologistas. Neste dia, a reunião foi na NOVA Diagnóstica e tivemos discussão de três casos clínicos apresentados por Dra Juliana Magalhães, Dra Bruna Nadiely e Dra. Vanessa Barreto. Momentos de conhecer e de muito engrandecimento!

No dia 5 de maio de 2016, recebemos nosso Neurologista Colaborador no estágio, Dr. Rafael Andrade, que nos ensinou sobre o Raciocínio Diagnóstico nas Síndromes Neurológicas!

Também pudemos ajudar ações sociais. Visitamos a ASPAN e levamos os materiais arrecadados!

O grande evento da LANN foi a realização do I Curso de Psicofármacos! Mais de 250 participantes e palestrantes nos prestigiaram!

 Abertura do evento!

Cibelle (vice-presidente), Professora Desterro (homenageada pela LANN), Rayane (presidente) e Professora Bagnólia na abertura do I Curso de Psicofármacos da LANN!

Comissão organizadora! 

I Minicurso de Neurotrauma da LANN ministrado pelos residentes em neurocirurgia na USP e USP-RP: Dr. Thiago Martins e Dr. Gustavo Porto 

Finalizando as atividades do semestre, fechamos com chave de ouro: presença do querido Dr. Djalma Felipe, fundador e primeiro presidente da LANN, para a aula de Hemorragia Subaracnoidea Aneurismática!

Esperamos todos no próximo período!


domingo, 29 de março de 2015

Lesão da Artéria Vertebral nos Traumas de Coluna Cervical

A artéria vertebral origina-se da primeira porção da artéria subclávia, de cada lado. Ascende o pescoço entre o músculo escaleno e os músculos longos do pescoço e da cabeça, posteriormente, a artéria vertebral segue nos planos profundos e atravessa os forames transversários das vértebras de C6 a C1. Segue em um sulco no arco posterior do atlas, entrando na cavidade craniana através do forame magno. Na margem inferior da ponte, as artérias vertebrais unem-se e formam a artéria basilar.


Figura 1: artéria vertebral e seu trajeto.

Figura 2: trajeto da artéria vertebral marcado em imagem de RNM.


Figura 3: C3 – artérias vertebrais direita e esquerda nos forames transversários (setas) em imagem de TC.

Variações anatômicas no percurso da artéria vertebral são raras. Entretanto em uma pequena parte da população, a artéria vertebral inicia seu trajeto dentro dos forames transversários a partir de C7. Kajimoto et al (2007), encontrou esta variação em 7,5%, em um estudo anatômico da artéria vertebral, o que vai de acordo com outros dados disponíveis na literatura.
Devido à pequena variação no trajeto da artéria vertebral, podemos considerar que, apenas fraturas que venham a acometer as vértebras de C1 a C6 apresentam um risco em potencial de lesar a artéria vertebral. Nas fraturas ao nível de C7, na maioria dos casos, não há risco de lesão da artéria vertebral.


Referências:

MOORE, K. L., DALLEY, A. F., AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010, 1104 p.

KAJIMOTO, B. H. J. et al. Estudo anatômico do trajeto da artéria vertebral na
coluna cervical inferior humana. Acta ortop Bras. São Paulo, v.15, n.02, p.84-86, set. 2007.

SOUSA, C. M. V. et al. Artrodese cervical C1-C2 pelas técnicas de Harms e Margerl. COLUNA/COLUMNA. Porto, Portugal, v.09, n.03, p.287-292, jun. 2010.

BRAGA, S. F. et al. Variações anatômicas das artérias vertebrais. [S.l.]: Angiol Cir Vasc. v. 09, p.70-71, 2013. il.  

Feldman, A. Artéria vertebral e seu trajeto (il). Disponível em: <http://www.enxaqueca.com.br/blog/disseccao-arteria-vertebral/ >. Acesso em: 18 de out. 2014.

Por: Thiago Sipriano
Acadêmico do 8º período de Medicina UFPB
Membro da LANN

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO: CIRURGIA DE PARKINSON, EPILEPSIA E DOR

A LANN convida toda a comunidade acadêmica para sua próxima atividade.
Tema: DISTÚRBIOS DO MOVIMENTO: CIRURGIA DE PARKINSON, EPILEPSIA E DOR
Palestrante: Dr. RODRIGO MARMO (Neurocirurgião)
Contamos com a presença de todos!